Por que parar de utilizar cosméticos industrializados?
- Scientist
- 31 de jan. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 1 de fev. de 2019

De acordo com um levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) juntamente com o Instituto FSB Pesquisa, o Brasil se tornou o terceiro país com o maior mercado de estética no mundo, ficando atrás, apenas, dos Estados Unidos, que têm 16,5% e da China com 10,3% de todo o consumo mundial no mercado de estética.
O aumento da demanda fez com que as grandes empresas de cosméticos produzissem em larga escala, recorrendo a matérias primas mais baratas e de alta toxicidade, como parabenos (conservantes), álcoois graxos (emulsificantes), silicones (confere textura macia à formulação), polímeros ( dão sensação aveludada a cremes e demais formulações), formaldeído (conservante), corantes artificiais e petrolatos (emoliente). O uso frequente de cremes, shampoos, condicionadores, desodorantes e até mesmo batons, podem gerar sérios riscos à saúde, por exemplo: o óleo mineral conhecido também, como parafina líquida (um petrolato) está relacionada ao aumento da mortalidade por diversos tipos de câncer, como o de pulmão, esôfago, estômago, linfoma e leucemia. Isso se deve devido à presença de um composto chamado 1,4-dioxano, uma substância cancerígena, como relata estudos publicados no “American Journal of industrial Medicine". Há , também, relatos sobre possível efeito estrogênico e a relação da presença de parabenos no organismo com o aparecimento de câncer de mama, segundo Darbre (2004). Vários estudos relacionam a utilização de parabenos como uma possível causa para o aparecimento de tumores em tecidos retirados de regiões mamárias com câncer, pois podem adentrar ao tecido mamário e se ligar aos receptores do hormônio estrogênio, fazendo com que haja o crescimento da linhagem celular cancerígena do tecido mamário como resposta fisiológica dessa interação (TAVARES; PEDRIALI, 20).
Aprender a ler os rótulos e identificar os principais ingredientes potencialmente tóxicos não é uma tarefa simples, mas, para facilitar, algumas das principais substâncias sintéticas que devemos evitar nos cosméticos são: parabenos, ftalatos, triclosan, BHT, BHA, alumínio, oxybenzone, óleo mineral (Paraffinum Liquidum), phenoxyethanol, etanolaminas, lauril sulfato de sódio, tolueno ou formaldeído, entre outros.
Visando mudar os paradigmas, a Scientist busca produzir cosméticos naturais, sem conservantes nocivos, parabenos, silicones, sulfatos, petrolatos dentre outras substâncias tóxicas. Todos os produtos são veganos e feitos de forma artesanal, em pequena escala, e por um preço justo, seguindo a filosofia de comércio sustentável e saudável.
Para conhecer os produtos, entre no site da Scientist, marca de uma pequena produtora em São Paulo.
Bibliografia
-Fortalecimento do mercado da beleza. Disponível em:
https://exame.abril.com.br/negocios/dino/o-fortalecimento-do-mercado-da-beleza-em-2018
- SYNTHETIC COSMETIC INGREDIENTS TO AVOID. Disponível em: https://www.handmadenaturals.co.uk/synthetic_cosmetic_ingredients_to_avoid.php
- Avaliação da toxicidade de parabenos em cosméticos. Disponível em: http://www.revistarevinter.com.br/autores/index.php/toxicologia/article/view/301/524
-MORAES, N. V, GRANDO, M. D, VALERIO, D. A. R, OLIVEIRA, D. P. Exposição ambiental desreguladores endócrinos: alterações na homeostase dos hormônios esteroidais e tireoideanos. Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil. Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.1 (2008) 1 – 8. São Paulo, 2008.
-DARBRE, P. D.; ALJARRAH, A.; MILLER, W.R; COLDHAM, N. G.; SAUER, M. J.; POPE, G. S. Concentrations of Parabens in Human Breast Tumours. Journal of applied toxicology 24, 5-13. 2004.
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